O ano em que o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) completou 45 anos foi intenso e com incontáveis desafios. Talvez o maior deles até agora. Desde a sua criação, em 1976, o Instituto enfrentou diversas emergências sanitárias, como a epidemia de meningite que grassou o país entre 1975 e 1976. Na ocasião, foi incorporada a tecnologia da vacina meningocócica contra os sorotipos A e C, fornecendo mais de 80 milhões de doses à população, o que contribuiu para o fim da grave situação.

Nas décadas de 1980 e 1990, Bio-Manguinhos teve participação fundamental na trajetória de eliminação da poliomielite no Brasil. Em 1986, durante a epidemia provocada pelo poliovírus tipo 3, na região Nordeste, disponibilizou, em apenas 40 dias, formulações de vacina monovalente tipo 3 e trivalente potencializada para o sorotipo 3, que foram adotadas pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), para toda a América Latina, e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para países de clima tropical.

Em 2016, o Instituto desenvolveu o kit diagnóstico para combater dengue, zika e chikungunya. E, frente ao surto de febre amarela em 2017 e 2018, entregou mais de 95 milhões de doses dessa vacina ao Programa Nacional de Imunizações (PNI/MS). No ano seguinte, alcançou recorde na produção da vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, fornecendo 35 milhões de doses.

Mas o maior desafio veio, em 2020, no enfrentamento à pandemia da COVID-19. E Bio-Manguinhos deu inúmeras respostas. Mesmo antes da confirmação do primeiro caso no país, o Instituto havia iniciado a avaliação do sequenciamento do genoma do SARS-CoV-2, para identificar as melhores regiões para uso em diagnóstico. Essa rápida atuação e sua competência técnica permitiram que o kit molecular para diagnóstico do novo coronavírus fosse desenvolvido, em apenas 40 dias.

Assim, em março de 2020, iniciou-se a entrega dos kits aos Laboratórios Centrais de Saúde Pública e Laboratórios de Referência, para testagem de pessoas com suspeita da doença. E, em setembro, um importante acordo com a AstraZeneca garantiu a encomenda tecnológica de 100 milhões de doses da vacina COVID-19, cujo processamento final é feito por Bio-Manguinhos. Em seguida, será incorporada a tecnologia para que a vacina seja produzida 100% em suas instalações, garantindo a autossuficiência na produção desse imunizante ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma história de 45 anos marcada por desafios e contribuições fundamentais à saúde pública brasileira. Bio-Manguinhos espera, nos próximos anos, continuar fazendo a diferença na vida das pessoas, oferecendo saúde de qualidade.

BIO-MANGUINHOS: 45 ANOS, 45 HISTÓRIAS

 

O e-book Bio-Manguinhos: 45 anos, 45 histórias é um projeto da agenda comemorativa dos 45 anos de Bio-Manguinhos, criado para contar a trajetória do Instituto por meio das narrativas e experiências dos seus colaboradores.

São nove capítulos que resgatam diferentes fatos – marcantes e curiosos – desde a sua criação até o enfrentamento da pandemia da COVID-19.

E ninguém melhor para apresentar essa trajetória, por meio do seu próprio olhar, do que aqueles que a viveram. Assim, você também conhecerá a história de cada um dos autores que se engajaram nessa iniciativa, e que representam diferentes equipes de Bio-Manguinhos.

O resultado é uma publicação repleta de exemplos de dedicação, orgulho e pertencimento, que fizeram, e ainda fazem, a diferença na vida de milhões de brasileiros.

Abril de 2022

 

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