Assessoramento à diretoria no entendimento das parcerias e formatação dos contratos
Entrei em Bio-Manguinhos, em 2008, após ter trabalhado na Coordenação de Gestão Tecnológica (Gestec) da Fiocruz, o que me fazia ter bastante interação com o Instituto e com o próprio Núcleo de Inovação Tecnológica (NITBio). Tanto que foi a área onde comecei minha trajetória e na qual permaneço até hoje, com exceção de um intervalo de cerca de três anos. Durante esse período, integrei a equipe do projeto de implementação da Empresa Pública de Bio-Manguinhos, participando da Frente de Modelagem Jurídica, sendo uma experiência que lembro com muito orgulho.
Nesses 15 anos, tive a oportunidade de presenciar e participar de momentos marcantes não só para a instituição, como também para a saúde pública brasileira. Isso porque o NITBio acompanha as negociações com os parceiros, seja de transferência de tecnologia ou codesenvolvimento, desde as primeiras conversas. Assessoramos a Diretoria no entendimento das parcerias, na formatação dos contratos, no alinhamento das expectativas, para apoiá-la na melhor decisão para Bio-Manguinhos. Somos responsáveis pela versão final dos contratos que são assinados com os parceiros. Temos um trabalho muito próximo, também, com outras áreas, principalmente com a Divisão de Novos Negócios (Dinne) e a Coordenação Tecnológica (Cotec).
Como Bio-Manguinhos já firmou importantes parcerias ao longo da sua história, principalmente a partir dos anos 2000, tive a oportunidade de acompanhar e participar de alguns desses processos. O mais marcante e que representou para Bio-Manguinhos uma conquista importante foi a assinatura do contrato para a transferência de tecnologia da vacina pneumocócica, em 2009, pois, na época, era um produto completamente novo não só para o nosso portfólio, mas também para a GlaxoSmithKline (GSK), com quem assinamos essa parceria e que tinha acabado de registrar a vacina.
Foi um contrato bastante robusto, para uma vacina complexa, que continha dez sorotipos de Streptococcus pneumoniae, exigindo um prazo maior de transferência de tecnologia e cifras mais elevadas que as dos anteriores. Para além disso, essa parceria envolveu outra vacina, a de dengue, mas em um modelo de codesenvolvimento. Então, juntaram-se dois importantes produtos em uma mesma negociação. A vacina da dengue representava, também, a primeira experiência de desenvolvimento com uma grande indústria farmacêutica.
Apesar de o projeto de desenvolvimento da vacina dengue ter sido descontinuado, trouxe ganhos imensuráveis de conhecimento, qualidade de processos e estrutura, considerando que foi construído um laboratório com modernas instalações, que, hoje, é o Laboratório de Virologia para Análise de Amostras Clínicas.