Desafios no Projeto EP-BIO
Iniciei minha trajetória profissional em Bio-Manguinhos, em 2013, como integrante da equipe de consultoria independente do Projeto da Empresa Pública (EP-BIO). Esse projeto possibilitou muitas interações e oficinas com vários gestores do Instituto, conduzidas pela consultoria, que promoveram discussões, reflexões e amadurecimento em conceitos, práticas e ferramentas aplicadas no mercado. Atuei como analista responsável pela Gestão Integrada (um dos 12 eixos do projeto) e tive a oportunidade de trabalhar com Priscila Ferraz (gestora do projeto, atualmente vice-presidente adjunta de Gestão e Desenvolvimento Institucional na Fiocruz) e Denise Vianna (líder da Gestão Integrada, atualmente gerente de Projetos de Transferência Tecnológica), no planejamento e na organização do Projeto EP-BIO.
Sabíamos que Bio-Manguinhos possuía experiência em desenvolver projetos de novos produtos, melhoria de produtos, transferência de tecnologia, estudos clínicos e pós-comercialização. Buscamos, então, avaliar as características da natureza do Projeto EP- BIO e os possíveis componentes para seu sucesso. Após quase dois anos, o projeto conseguiu entregar diversos produtos para Bio-Manguinhos, como: processos e procedimentos da cadeia de suprimentos, processos e procedimentos financeiros, processos de pessoal, proposta de estrutura organizacional no modelo da empresa pública, metodologia de gerenciamento do projeto, entre outros.
A partir dessa atuação, conheci a equipe de Bio-Manguinhos na rotina de acompanhamento de cada um dos projetos, colecionando boas histórias e risadas com os líderes das frentes de trabalho e membros da equipe, em especial: Márcia Denegri, Fernando Porto, Michele Cristina, Beatriz Ayres e Sérgio Garcia. Ao fim da consultoria, fui convidado por Armando Pires, à época, gestor do Departamento de Engenharia e Manutenção (Depem), a integrar o quadro de colaboradores do Departamento, em Bio-Manguinhos.
O Depem me trouxe novos desafios, como entender o funcionamento de uma área de engenharia, quebrar alguns paradigmas de atuações entre os silos (projetos e obras) e propor melhorias para aumento do desempenho e atuação da engenharia em diversos aspectos (internos/especialistas e externos/clientes). Após três anos na engenharia do Depem, fui convidado pela Priscila Ferraz a integrar a equipe do escritório de gestão de projetos de Bio-Manguinhos, a Assessoria de Gerência de Projetos (Gepro).
Desafios na alta administração/área de gestão
O escritório de projetos estava mudando de uma abordagem operacional (suporte e treinamento) para um refinamento e consolidação das informações dos projetos, trazendo novas rotinas junto à Diretoria. Sob a gestão de Vinícius Bezerra e com uma equipe acolhedora e dedicada, logo me foram demandadas a estruturação e a operacionalização das Iniciativas Estratégicas, em especial para o Projeto de Desenvolvimento Institucional (Projeto DI) – responsável por promover ações inovadoras para diversas áreas de Bio-Manguinhos e que tem como participantes servidores que são gestores.
Como foi uma estruturação do zero, estabelecemos ferramentas, modelos e sistemas de uma forma integrada e consistente. Foi muito proveitoso interagir com os servidores, em especial com os líderes das primeiras iniciativas do DI: Patricia Neves, Mauro França, Maria do Carmo Goncalves, Carla Franca e Ana Paula Cossenza e com a coordenadora do projeto, na época, Cintia Nunes. Estabelecemos, estruturamos e planejamentos as primeiras iniciativas e implantamos o método em discussões, alinhamentos e construções com a Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec). Por outro lado, também imagino que tenha sido desafiador para os demais servidores envolvidos, pois, para alguns, eram muitos conhecimentos e práticas novas e, como um todo, era um aprendizado para a Bio-Manguinhos. Hoje, após mais de três anos de projeto, com a atuação direta das analistas Thatiana Mattos e Claudia Evangelista, da Gepro, acredito que está mais do que comprovado o sucesso desse método de gestão e atuação, com todos os participantes do Projeto DI e líderes das Iniciativas Estratégicas treinados e aptos a realizarem suas atribuições.
Nesse período, também pude participar da estruturação e organização inicial do Projeto da Transferência Tecnológica da Vacina COVID-19, em que tive oportunidade de trabalhar com o gerente Fábio Gonçalez e demais gerentes de torres/frentes. Juntos, contratamos a consultoria para auxiliar na gestão, definimos as rotinas iniciais de acompanhamento e determinamos a estrutura analítica preliminar. O projeto foi estruturado em cinco torres: Administrativa, Transferência Tecnológica, Infraestrutura, Conformidade Regulatória e Integração. A Gepro participa ativamente, apoiando a gestão nas atividades de integração e de contraponto às sugestões da consultoria.
Bio-Manguinhos teve que trabalhar em sinergia máxima, para trazer a tempo a tão sonhada vacina contra a COVID-19. Foram diversas áreas envolvidas, parceiro tecnológico, Ministério da Saúde e outros atores extremamente relevantes, mas é certo que, sem o sentimento de pertencimento de nossos colaboradores, bem como comprometimento e determinação, os resultados poderiam ter sido outros. Essa foi mais uma experiência que observei que nem sempre os processos e métodos determinam o sucesso dos projetos (apesar de diminuírem retrabalhos, esgotamentos, riscos etc.).
Outros desafios e demandas envolvendo a Gepro, Rede de Escritórios de Projetos da Fiocruz e outros projetos da unidade poderiam ser compartilhados, pois são muitas histórias, pessoas e conquistas. Gostaria de poder citar cada pessoa envolvida, mas acredito que acabaria esquecendo de alguém e esse relato ficaria ainda maior. Nesse sentido, deixo meus agradecimentos a todos os profissionais que, direta ou indiretamente, contribuíram com a minha história.
Esse é um recorte de oito anos de história em Bio-Manguinhos, em que pude acompanhar o amadurecimento, a estruturação e a melhoria de algumas áreas e, com certeza, tenho muitas experiências, lembranças e recordações que me fizeram o profissional que sou hoje. Uma história com colaboradores sérios e dedicados, que não medem esforços para entregar à população brasileira a saúde, em forma de pesquisas, vacinas e kits de diagnósticos, que ela merece.