De bolsista a Zé Gotinha: gratidão em fazer parte da família Bio-Manguinhos!
Meu nome é Jennifer Kelly e trabalho em Bio-Manguinhos desde janeiro de 2000, primeiro como bolsista, passando por RPA, até chegar à terceirização. Apesar do tempo, ainda me lembro do primeiro dia de trabalho, da primeira máquina em que trabalhei (a embaladora Bosch) e da equipe que atuou comigo.
Nesses mais de 21 anos dedicados a Bio-Manguinhos, exerci inúmeras funções, sempre na área de produção, no Departamento de Processamento Final (DEPFI). E, claro, passei por diversas experiências, tanto no meu local de trabalho quanto fora dele. Uma delas, que me marcou muito, foi com a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA). Ainda nova no Instituto, assim que fui terceirizada, inscrevi-me para participar da CIPA e fui eleita como segunda suplente. Já no meu primeiro mandato, dentro da comissão de comunicação, criei o Jornal da Segurança, que era impresso e circulava no informativo BioNotícias.
Em seguida, fiz parte da comissão de organização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho (SIPAT), nos longínquos anos 2003 e 2004, quando criei e apresentei a Gincana da Segurança, que atraiu uma multidão de colaboradores para assistir, chamando a atenção até da Diretoria. Após o sucesso daquela SIPAT, fui convidada pelo vice-diretor comercial para integrar a comissão de organização da Primeira Semana da Qualidade, o que foi muito especial para mim, sendo da área de produção. Inclusive, tive a honra de criar o protótipo da logomarca oficial da Semana da Qualidade, o alvo em forma da letra “Q”. Isso me marcou muito e me ajudou a vencer as duas eleições seguintes.
Ao longo dos anos, passei a integrar a equipe de Bio-Manguinhos voluntária do “Fiocruz pra Você”, atuando desde 2010 como a intérprete do símbolo da campanha, o personagem Zé Gotinha. Essa atividade me trouxe muitas experiências legais, como a da minha filha me reconhecendo dentro do boneco e, depois, dançando como ele, achando que meu trabalho era ser Zé Gotinha, orgulhosa que ficava. Até um cachorro veio ao meu encontro e me “beijou”.
Por fim, desde 2017, eu me identifico como mulher transexual. Esse processo pioneiro de transformação fez com que o Instituto trabalhasse duro, para se adequar a essa nova realidade, dando-me todo suporte necessário para que eu pudesse trabalhar, promovendo palestras, adequando o sistema informatizado etc., culminando com a redefinição dos vestiários, para que eu tivesse acesso às dependências associadas ao meu gênero de identificação. Tudo isso abriu um novo horizonte institucional que ficará como legado para as futuras gerações de trabalhadores, encontrando um ambiente mais igualitário e inclusivo. Por coisas como essas, sou muito grata em fazer parte da família Bio-Manguinhos!