Comunicação: estratégica e estruturante para a gestão pública
Meu início em Bio-Manguinhos foi em outubro de 2005, com o objetivo de integrar a comissão organizadora do Simpósio Internacional em Imunobiológicos e Saúde Humana (evento em comemoração aos 30 anos do Instituto).
A Diretoria de Bio-Manguinhos, percebendo a necessidade de incrementar as atividades de comunicação, iniciou uma mudança estrutural que levaria à criação de uma Assessoria de Comunicação. No Colegiado Interno de Gestores, foi apresentado o primeiro mapa estratégico do Instituto, com o objetivo de “melhorar a comunicação estratégica”.
Os eventos eram realizados pelo Setor de Apoio, que reunia a infraestrutura necessária, e pela Comissão de Festas, constituída por funcionários de diversas áreas e liderada pela Divisão Comercial (Dicom), antiga DCO, que também realizava as atividades publicitárias e jornalísticas.
Quando a Assessoria de Comunicação (Ascom) foi criada, passou a reunir as iniciativas de comunicação da unidade: assessoria de imprensa, organização de eventos – internos e científicos –, comunicação interna e identidade visual.
O pontapé inicial foi aplicar uma Pesquisa de Clima & de Comunicação, em parceria com o Departamento de Recursos Humanos, a fim de conhecer a cultura de Bio-Manguinhos e avaliar os meios institucionais existentes. A partir disso, uma série histórica de pesquisas ganhou forma e periodicidade. Um dos pontos observados foi que 67% dos funcionários estavam insatisfeitos com a troca de informações entre as áreas, além de identificadas lacunas de informação entre os gestores e suas equipes.
Para promover a comunicação entre as áreas, em 2006, foram criados, em parceria com a Divisão da Tecnologia da Informação, a newsletter Bio Digital – em substituição ao boletim impresso Bio Notícias – e o site, que, depois, a partir das contribuições da Gestão do Conhecimento, se transformou em um portal corporativo. Em seguida, uma nova papelaria institucional, o projeto de sinalização e o Manual para Aplicação da Logomarca, incluindo a revisão de logomarcas dos Programas do Departamento de Recursos Humanos.
Em 2008, a Ascom adotou o sistema de SOS para quantificar, gerir e avaliar as demandas da Assessoria. Em 2009, o Jornal Mural foi criado para informar, especialmente, os funcionários da produção, além de integrar o conjunto de trabalhadores alocados nos mais diversos pavilhões. Esse projeto, desenvolvido em parceria com o Departamento de Administração, pretendia ambientar as portarias e disseminar as diretrizes institucionais. Coube às relações públicas da área o treinamento de funcionários das recepções, para que conhecessem a missão, a visão e os valores da instituição.
Em 2012, foi criada uma página de Bio-Manguinhos na rede social Facebook, onde passamos a monitorar grupos de pacientes e usuários dos nossos biofármacos, bem como os discursos nos grupos antivacinação.
Já entendendo a comunicação como competência essencial e inerente a todas as áreas, em 2013, foi lançado o Sistema de Comunicados Internos, para que gestores de áreas estratégicas realizassem sua própria comunicação administrativa, após treinamento com jornalistas e seguindo manuais para esse fim.
Em 2015, foram instalados pontos de WebTV da Fiocruz e criado um canal próprio do Instituto para essa rede. Na mesma época, também passamos a oferecer serviço de clipping aos colaboradores, enviando diariamente as principais notícias de saúde. Enfrentamos a epidemia de febre amarela, em 2016/2017, quando, em parceria com a Coordenadoria de Comunicação Social da Fiocruz, organizamos coletivas de imprensa e fortalecemos a divulgação científica. Então, fui convidada a fazer parte do Grupo de Trabalho que formulou a Política de Comunicação da Fundação.
Tivemos ocasiões especiais, como o rufar dos tambores japoneses para a inauguração do Centro Konosuke Fukai, as recepções aos presidentes da República, Lula e, depois, Dilma Rousseff, que veio conhecer a nossa produção de perto, além da assinatura de contrato com a presença da princesa da Bélgica, as recepções para generais do Exército Brasileiro e ministros da saúde de diversos países e as festas de confraternização no Clube Lajedo, Costa Brava, com direito aos “dois minutos de fama”, com atrações inesquecíveis oferecidas pelos e para funcionários.
Realizar tantas atividades custou trabalhar até tarde da noite, incluindo a montagem de eventos, em domingos e feriados, e o transporte de materiais institucionais, e, eventualmente, foi preciso sacrificar alguns encontros em família. Contudo, até na diversidade, conseguimos preservar a amizade, o compromisso institucional, o salto alto e o bom humor. A equipe da Ascom sempre foi diversa, competente e comprometida.
Hoje, o Instituto comemora 45 anos, encarando seu maior desafio: o enfrentamento da pandemia da COVID-19… E, mais uma vez, confirma o seu valor!