Francisco Jorge Peres

Departamento de Administração (Depad)

Otimizando fluxos e melhorando processos

Meu nome é Francisco Jorge Peres, mas todos me conhecem como Jacó. Entrei em Bio-Manguinhos, em 2014, e fui trabalhar na central de descarte, que é a área responsável pela descaracterização dos produtos do fim de linha da produção, fragmentação de documentos e descarte de outros resíduos comuns. Quando cheguei à central de descarte, encontrei uma área desestruturada e sem procedimentos. Os funcionários sabiam que precisavam descaracterizar os produtos, mas desconheciam a importância dessa ação. Na época, havia somente um equipamento para triturar, que era chamado de moinho, e uma fragmentadora de papel confeccionada na nossa unidade por técnicos da empresa Cooprest (atualmente, W. Engenharia). Foi bastante desafiador, pois eu nunca tinha trabalhado com a área da saúde, mas possuía experiência com gestão.

Identifiquei que havia fluxos inadequados de recebimento e descarte de resíduos. Posso citar como exemplo os produtos que eram enviados diretamente para a central de descarte sem nenhum controle de rastreabilidade. Os funcionários abriam o que recebiam, segregavam todo o material, armazenavam os frascos e esperavam o transporte pegar para levar à fábrica externa, que fazia o processo de esterilização em autoclave. Quando o produto voltava descontaminado, era triturado no “moinho” e acondicionado para envio ao aterro sanitário. Percebi que havia necessidade de melhoria desse processo e reformulação da área como um todo. Com apoio da minha chefia imediata na época, Kleiton Trajano, e do colaborador Jorge Moita, procurei as áreas técnicas, como Núcleo de Biossegurança (NBIOS) – Arthur Stuart, Assessoria de Engenharia e Segurança do Trabalho e de Meio Ambiental (AESTM) – Paulo Victor, e Seção de Gestão de Documentos e Arquivos (SIGDA) – Carina Duim, além da Garantia da Qualidade, para melhor entendimento dos caminhos a serem seguidos. Com apoio de Aloysio Moreira Junior, do Escritório de Processos (Espro), montei uma planilha com informações bem detalhadas, para ter rastreabilidade. Organizei todas as documentações que estavam armazenadas na central de descarte de maneira irregular, criei um procedimento de pedido de descarte por SOS, escrevi diversos procedimentos e a área foi fechada com a instalação de um interfone para controle de acesso, pois foi configurada como área restrita.

Montei uma sala com computador para os funcionários, com apoio da Divisão de Tecnologia da Informação (Ditin), e ministrei treinamentos de informática, pois eles precisavam começar a atender através do sistema de SOS e nem sabiam ligar o computador. Foi um trabalho bem gratificante e sinto muito orgulho de tudo o que foi realizado. Quando fui movimentado para outra função e saí da central de descarte, não foi preciso contratar ninguém extra, pois um dos funcionários que treinei, o Carlos Henrique Alves do Nascimento, assumiu a coordenação das atividades.

Um momento marcante aconteceu em 2016, quando uma inspeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) questionou sobre determinado lote e a central de descarte contribuiu com informações relevantes. Utilizamos o logbook (diário de todas as máquinas) e o controle das solicitações do sistema (SOS) para chegar à informação que a OMS tinha solicitado e contribuir com a certificação de Bio-Manguinhos.