Força-tarefa no Dereh
O ano de 2020 foi marcado pela chegada da COVID-19 no Brasil. Após uma transição no Governo Federal no ano anterior, o país vivia momentos de incertezas no que diz respeito à saúde e à educação, pois, com as promessas de reformas administrativas, a Presidência da República havia efetivado cortes de gastos em hospitais e universidades federais, onde ocorreram cortes de bolsas de iniciação científica e incentivo financeiro em pesquisas já em andamento.
Com as notícias vindas do mundo inteiro e a possibilidade da chegada do vírus ao país, os sentimentos eram dúbios, alguns apavorados, com medo da morte iminente, e outros achando que era tudo invenção da mídia. O fato é que a COVID-19 chegou ao Brasil, trazendo a tragédia de milhares de mortes diárias, hospitais lotados e um número de contaminação crescente.
Com o decreto da pandemia instaurado, iniciou-se a campanha #ficaemcasa e a população precisou se reinventar com o uso do teletrabalho. Assim como acontecia no mundo inteiro, o Brasil, o Rio de Janeiro, a Fiocruz e, por consequência, Bio-Manguinhos passaram a viver uma nova realidade.
O Departamento de Recursos Humanos (Dereh) também teve que se adaptar a essa nova situação, bem como a área de Captação, que passou a realizar as entrevistas através de chamada de vídeo no WhatsApp, uma nova modalidade de entrevista, sem deixar de atender às demandas da unidade.
Em 1 de junho de 2021, a Fiocruz e o Instituto Bio-Manguinhos assinaram o contrato de transferência de tecnologia da vacina COVID-19 (recombinante) com a AstraZeneca, para a produção 100% nacionalizada do imunizante. E, nesse momento, iniciou-se o maior desafio da unidade, pois, além das questões de infraestrutura, precisávamos aumentar o quadro de colaboradores para conseguir atender a essa nova demanda.
Com a proposta inicial de 300 contratações em um prazo de três meses, criamos uma estratégia interna de força-tarefa, onde colaboradores com atuações diversas dentro da Educação Corporativa e Ambiente Organizacional, na Seção de Captação e Desenvolvimento de RH (SEDRH), se uniram à equipe de Captação para um reforço extremamente necessário.
Após o planejamento, montamos uma estratégia de dividir a equipe em duplas para o atendimento personalizado aos departamentos que possuíam vagas, como: Departamento de Processamento Final (DEPFI), Departamento de Biofármacos (Debio), Departamento de Engenharia e Manutenção (Depem), Departamento de Controle de Qualidade (Dequa) e Departamento de Garantia da Qualidade (Degaq), estabelecendo prioridades de acordo com o cronograma do projeto em relação às datas de ingresso dos novos colaboradores nas áreas.
A prioridade era o DEPFI, para a conclusão das 40 vagas, e montamos a estratégia de realizar um grande processo seletivo com três etapas:
1- Informação geral sobre as vagas – salário, benefícios, horário de trabalho e atividades desempenhadas;
2- Aplicação de prova (corrigida em seguida) e redação;
3- Entrevista coletiva dos candidatos aprovados na prova em conjunto com os gestores do DEPFI, solicitantes das vagas.
Para a realização desse grande processo, buscamos um espaço aberto que pudesse comportar uma quantidade grande de pessoas, mais especificamente 100 candidatos, e, após uma longa procura por todo o campus, conseguimos uma parceria com a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), que nos cedeu um espaço amplo e arejado, coberto com tendas e estruturado com mesas, cadeiras e bebedouros, que a Escola se prontificou a instalar para nos atender, já que o processo seletivo foi realizado no verão.
Com a preocupação de mantermos todas as regras de segurança, entramos em contato com o Núcleo de Biossegurança (NBIOS), que disponibilizou um colaborador para acompanhar o planejamento e a execução das entrevistas. Além da estrutura oferecida pela Escola, tínhamos que pensar na segurança dos candidatos, da equipe do Dereh e dos gestores envolvidos no processo seletivo. Por isso, distribuímos os candidatos em quatro grupos de 25 pessoas, em horários com intervalos de duas horas entre uma turma e outra, para que não houvesse aglomeração na chegada e na saída dos candidatos, e requisitamos máscaras PFF2 para todos os envolvidos, face shields e borrifadores com álcool, em todas as mesas.
Além da parceria com a EPSJV e o NBIOS, contamos com a confiança do gestor do DEPFI, Ricardo Lopes, que nos deu carta branca para a realização do processo no formato proposto, disponibilizando, inclusive, todos os seus gestores para participarem das entrevistas coletivas. Após ouvir a proposta, Ricardo imediatamente respondeu: “Sim para tudo, Vanda”.
O resultado dessa primeira ação rendeu bons frutos, encerramos o processo do DEPFI em apenas um dia, com 40 vagas fechadas e mais 21 candidatos que ficaram em stand by para futuras oportunidades.
A equipe do Dereh seguiu com esse formato para todas as outras vagas de grande volume, realizando processos para o Dequa e o Debio, onde pudemos contar com a parceria das chefias, mantendo as regras de segurança, sempre pensando na agilidade e na qualidade do serviço prestado para o melhor atendimento aos nossos clientes internos.
Para o Depem e o Degaq, mantivemos os processos seletivos através de chamadas de vídeo, da mesma forma contando com a parceria das chefias dos dois departamentos e das lideranças das áreas, que disponibilizaram seus telefones particulares para comunicação com o RH e realização das entrevistas em teletrabalho.
Os processos continuaram nesses formatos e fomos aprimorando a técnica da entrevista por videochamada, com a implantação do Teams. Os volumes foram aumentando, o número de vagas que, inicialmente, era de 300 passou para 507, somente para o projeto de produção da vacina COVID-19, sem contar as vagas de rotina, como as substituições e os aumentos de quadro, totalizando 1.009 vagas encerradas em 2021.
Assim foi o desafio superado pelo Dereh de contratar um número grande de pessoas com qualidade e agilidade nos processos seletivos, mostrando que #juntostranformamos.