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Nosso DNA

No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro sofre com epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola, e o presidente Rodrigues Alves cria o Instituto Soroterápico Federal, com a missão específica de desenvolver e produzir soros e vacinas para combatê-las. Nomeia o Barão de Pedro Affonso, como diretor-geral, e Oswaldo Cruz, como diretor-técnico, que, logo depois, assume a direção-geral do Instituto.

Oswaldo Cruz, que tinha sido treinado no Instituto Pasteur, em Paris, enfrenta as epidemias de forma contundente e draconiana. Seguindo a teoria de Carlos Finlay, ele cria os brigadistas para eliminar o vetor Aedes aegypti, fazendo fumigação em todas as casas e eliminando os criadouros de mosquitos. Com isso, consegue acabar com a febre amarela. Elimina a peste bubônica combatendo os ratos, quando tem grande contribuição da população. E como há baixas coberturas vacinais da varíola, consegue a aprovação pelo Legislativo da vacinação obrigatória.

Infelizmente, por diversas circunstâncias da época, inclusive a modernização da cidade do Rio de Janeiro realizada pelo prefeito Pereira Passos, com remoção de cortiços e casas, essa medida deixa a população muito descontente, o que gera manifestações e, no mesmo período, a Revolta da Vacina, com dezenas de mortes e centenas de deportados. A lei é revogada e Oswaldo Cruz somente recupera seu prestígio com a outorga do 1º Prêmio da Feira Sanitária de Hamburgo, na Alemanha. Volta ao Brasil como herói e a vacinação da varíola é retomada voluntariamente.

Oswaldo Cruz implanta um tripé como estratégia de desenvolvimento institucional: a pesquisa, o ensino e a produção. Os resultados de venda dos produtos são todos reinvestidos no desenvolvimento institucional. Visionário, constrói o Castelo Mourisco, que hoje é símbolo da ciência, tecnologia e saúde pública.

Bio-Manguinhos herda a missão do Instituto Soroterápico Federal de desenvolver e produzir imunobiológicos para as necessidades de saúde pública. É o DNA de Oswaldo Cruz, é o DNA de Bio-Manguinhos.